O grande problema com a realização de milagres e outros “sinais” é que as pessoas tendem a ir atrás pela razão errada. Jesus compreendia isso. O nosso Salvador compreendia o coração humano e que a maior parte das pessoas não merecia confiança, independentemente da profissão de fé ou de fidelidade que dizem ter. “Ele bem sabia o que havia no homem”.
A cena na passagem bíblica para hoje apresenta Jesus na Sua primeira visita a Jerusalém, por altura da Páscoa. Ele causara uma grande impressão em todo o Judaísmo Palestiniano durante o Seu primeiro ministério na Galileia. Agora, porém, tinha chegado à capital do Seu povo e “muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome”.
Aconteceu na Páscoa, o tempo preciso no ano em que Jesus, mais tarde, iria dar a Sua vida pelos pecados do mundo como o Cordeiro de Deus (João 1:29), ou, mais especificamente, como a nossa “Páscoa”, que foi “sacrificado por nós” (I Cor. 5:7).
Aparentemente, tudo estava preparado para Jesus avançar e Se declarar abertamente como sendo o Messias. Por que razão não o fez? A resposta é que Ele conhecia demasiado bem o coração humano. Ele compreendia que muitos daqueles que creram foram atraídos apenas pela manifestação exterior das coisas que tinham visto e que O abandonariam devido à inconstância do coração humano. “Ele bem sabia o que havia no homem.” Por isso, Jesus não “confiava neles”.
No entanto, como conhecia o coração daqueles com quem lidava, houve alguns com quem Se mostrou disposto a abrir-Se. Não é por acaso que as duas importantes histórias que se seguem no Evangelho de João apresentem Nicodemos e a mulher samaritana junto ao poço. Jesus não só conseguia identificar o coração de possíveis seguidores que eram superficiais e instáveis, mas conseguia ver abaixo da superfície e apreciar pessoas que eram receptivas à Sua mensagem. E Ele estava pronto a confiar em pessoas assim. Nas histórias da mulher samaritana e do “príncipe dos Judeus”, encontramos candidatos improváveis ao reino de Jesus. Mas Ele viu para lá da superfície e revelou-Se-lhes de uma maneira como não podia fazer com a maior parte das pessoas. E dessa abertura brotaram algumas das mais preciosas verdades do Seu ministério.
Este Jesus que nos conhece tão bem continua a desejar guiar-nos hoje. Deseja que nos abramos a Ele de tal modo que possa revelar-Se a nós mais plenamente.